O Uivo

Há certas músicas que parecem tirar meu coração de dentro de mim.

 

Conotação paradoxal em que a intensidade ganha força e lugar. Ao invés de tirar a vida passa-se a ganhá-la. O sentido é de pura liberdade.

As sensações se desprendem da matéria quando há a intensidade. E no desprender, eu brilho e flutuo.

A intensidade da alma ilumina o corpo e a vida mas é preciso insistir nos melhores sentimentos e atitudes evoluindo dia a dia na resposta do amor que se busca.

Empenhando em renunciar tudo aquilo que destrói. Ser humano não é fácil. É preciso farejar as armadilhas do ego e da escravidão.

Lutar contra si mesmo é processo evolutivo contra as corrupções da vida cotidiana, contra o medo, a desconfiança e as misérias humanas.

O que se busca é a liberdade, o aprofundamento de nossas verdades e a felicidade.

Já somos evoluidos mas calados em um buraco negro de regras, estereótipos e padrões politicamente corretos em uma sociedade do medo.

Eu quero me vestir cada vez mais da nudez de tudo isso.

Nessa nudez deixar a música, a natureza e as pessoas de luz inspirarem. Observar a vida em seu mais alto esplendor.

Eu quero é me agarrar e me manter fiel às minhas fontes de alegria e crescimento que são meu calor, a minha proteção, o meu valor selvagem.

Deixar minha criança interna ganhar força.

Extrair os dons do feminino.

Ser e fazer feliz.